Théâtre de la Mode: minúcias da alta-costura francesa3 min read

Théâtre de la Mode: minúcias da alta-costura francesa

Théâtre de la Mode: minúcias da alta-costura francesa3 min read

Sumário:

Na abertura dos anos 40 – quando a indústria da alta-costura parisiense experimenta o auge da expansão com mais de 70 casas – a Segunda Guerra deixa a moda às avessas e impõe ajustes rigorosos. A ocupação da capital francesa pelas tropas alemãs obriga os ateliês especializados na produção de roupas e acessórios a fecharem as portas.

O término do conflito bélico, em maio de 1945, dá a largada para o resgate da hegemonia conquistada com talento, linha e agulha. A "Chambre Syndicale de la Couture Parisienne" – órgão que congrega os criadores – idealiza um evento para provar que Paris continua no posto de referência da haute couture mundial: a exposição “Théâtre de la Mode”.

 

Apresentação da exposição com cenários que simulam as ruas de Paris/ Reproduções

A mostra consiste na síntese da tradição artesanal, com bonecas vestidas pelas mãos de estilistas consagrados. As restrições de matéria-prima – onde tecidos de qualidade são artigos quase inacessíveis – estabelecem desafios cuja solução é a produção das roupas e acessórios em escalas reduzidas. Para cerca de 200 manequins confeccionados em arame e cabeça de gesso – com 70 centímetros de altura – são criadas peças em tamanhos compatíveis. A costura feita à mão, acabamentos, aplicações, bordados, botões cobertos e caseados em miniaturas reproduzem todo o esmero que pesponta a reputação da França no domínio da moda.

A ambientação da exposição “Théâtre de la Mode” reproduz em cenários algumas das principais ruas de Paris. Nomes como Jacques Fath, Nina Ricci, Jean Cocteau e Christian Bérard são parte do espetáculo baseado na herança e sofisticação cultivadas em solo francês. Itinerante, a mostra percorre a Europa e América do Norte e chega em 1946 à cidade de San Francisco, arrecadando fundos para vítimas da guerra. Hoje, parcela significativa do acervo integra uma coleção permanente no Maryhill Museum, em Washington, Estados Unidos. A perfeição das roupas, chapéus, bolsas e sapatos continuam protagonistas de uma história de autoafirmação contada em minúcias.
Nos anos 40, com o fim da guerra, Paris reclama seu nome como território da alta-costura com a exposição "Théâtre de la Mode".

Por Raquel Medeiros
Jornalista, coolhunter e editora do site Nas Entrelinhas

 

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