Releitura do vestuário: a moda inspirada no passado3 min read

Releitura do vestuário: a moda inspirada no passado

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Sumário:

Na moda, o passado dá “pano pra manga” na elaboração do presente. Como em um passe de mágica, a indústria da moda – embalada por atitudes e comportamentos – ressuscita décadas adormecidas na linha do tempo, faz uma releitura do vestuário e as torna contemporâneas através do figurino que referenda outras atmosferas e seus acontecimentos. O resgate nostálgico que sobe às recentes passarelas com a etiqueta “retrô” faz um apanhado do século anterior em recortes aleatórios de anos habitados por uma costura particular.

Depois de sucumbir à explosão libertária dos loucos anos 20 – que pelo enredo cinematográfico de "O Grande Gatsby" trouxe vestidos tubulares e um punhado de pérolas -, o revival transita entre os anos 40 e 60 com releituras do vestuário icônico que envolveu sonhos, transformações e evoluções de cada período. O retorno cíclico abre sempre novas perspectivas para explorar vestígios do que um dia foi a concepção do novo para a cena da moda.

Os anos 40, em evidência, são pura história. As referências militares e as cores dos uniformes que foram à Segunda Guerra dividem espaço com a silhueta ultrafeminina – prelúdio do New Look de Dior – com direito ao brilho das sedas e dos florais colhidos no Oriente. As gabardinas, os casacos de cintura no lugar e vestidos marcantes codificam a época embalada pelo jazz. A grife americana Tory Burch e a italiana Dsquared2 exemplificam essa aura de sofisticação.


 

A moda busca inspiração no passado e faz uma releitura do vestuário de época – Coleção Dsquared2: inverno 2014 / Fonte: Vogue 

 

Do ambiente do pós-guerra à irreverência dourada e desenvolvimentista da década de 50. Nada mais “retrô” do que as modelagens amplas, as saias rodadas em tecidos que estampam a nostalgia. A grife italiana Prada apoderou-se do xadrez vichy para seu inverno e o colocou nas bolsas e nos trenchs sem parcimônia. No Brasil o verão de Ronaldo Fraga, Fernanda Yamamoto e Adriana Degreas reforçam a atmosfera irreverente no duo preto e branco, nos poás e nas cores vibrantes.

O futuro da moda aconteceu nos anos 60. Novos materiais, tecidos brilhantes e linhas gráficas foram experimentos impulsionados pela corrida espacial que levou o homem à Lua. A década aterrissa nas tendências atuais repaginada na geometria dos padrões e nas listras. Casacos, macacões e pantalonas dominam as formas retas expostas nas criações da MissoniMarc Jacobs e Anna Sui. Voltar no tempo é uma questão de fazer uma releitura do vestuário, de trocar de roupa. Assim de fácil, bem retrô!

Por Raquel Medeiros
Jornalista, coolhunter e editora do site Nas Entrelinhas

 

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