Por Eduardo Vilas Bôas
Professor de Moda do Senac SP
Também conhecido como Olheiro, o Scouter é a pessoa que fica de olho em anônimos que tenham potencial para se transformar em modelos profissionais. As agências de modelos mais importantes, geralmente sediadas em São Paulo, costumam manter esses caçadores de talentos, além de ter representantes em outros estados, principalmente na região Sul. Pode ser o dono de uma agência, um representante, um produtor de moda.
Conhecido como olheiro nº 1 do Brasil, Dílson Stein é responsável por alavancar nomes como os de Gisele Bündchen, Alessandra Ambrósio, Caroline Trentini, Isadora Di Domênico e Luize Altennhofen.
Um bom scouter tem olho clínico para enxergar as medidas mínimas de uma potencial modelo e tem os meios adequados para lhes dar oportunidade de se desenvolver na carreira. Eles buscam em todos os lugares que agreguem jovens: baladas, festas, academias, escolas, desfiles, praia, shopping e até na rua. O convite para ser modelo vem acompanhado de um cartão da agência. São direcionadas diretamente. Quando a agência é longe da modelo, uma foto instantânea é enviada para aprovação.
Quem trabalha como scouter não tem que cumprir horas. O importante é se organizar, já que o único compromisso com a agência é com o número de fotografias que devem ser entregues semanalmente – algo em torno de 150 a 200 fotos. Os olheiros têm uma espécie de check list na memória e ao avistar alguém com potencial começam fazer um "x" em cada um dos itens necessários, tais como altura, busto, manequim, dentição, qualidade da pele e cabelo, tipo da beleza (clássica, sexy, romântica, exótica, étnica).
Justamente porque precisam ficar atentos a todos estes "detalhes", os olheiros das grandes agências gostam de passar desapercebidos no meio da multidão e prezam o anonimato. O comportamento espontâneo é uma forma de observar o provável futuro modelo agindo de modo natural e também de vê-lo de cara lavada, calça jeans e sem produção.
Cabe também ao olheiro analisar o visual dos pretendentes à carreira e detectar as mudanças que possam transformar o "produto" em tipo exportação. Sejam as mais complexas, como intervenções plásticas para pequenas correções, ou mais simples, como corte de cabelo ou coloração.
