Dez temas para o futuro das marcas (parte II)4 min read

Dez temas para o futuro das marcas (parte II)

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Sumário:

No post anterior – Dez temas para o futuro das marcas – falamos sobre os cinco primeiros temas que as empresas devem pensar e que podem auxiliar no traçado do futuro da marca. Abaixo, descrevemos mais dois pontos que merecem atenção e reflexão:

6. A comoditização da moda
A moda nasce como um fenômeno de elites que, com o advento da cultura de massa, expressa o espírito de um tempo, sendo um dos sinais mais imediatos das mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais, tornando o terreno fértil para a moda penetrar em praticamente todos os estratos da sociedade.

As cadeias fast fashion encarnam perfeitamente este espírito. Reciclam tendências, difundem e, normalmente, não são geradoras de moda. Mas são responsáveis pelo que definimos de comoditização da moda, pois a divisão entre básicos e não-básicos deixará de existir. Conserva-se o estilo, as formas, copiam-se materiais e texturas, mudam-se aqueles pontos essenciais que possam representar um risco comercial.

As marcas sentem-se aprisionadas numa espiral em que é necessário incrementar o valor dos produtos sem o poder refletir no preço. As séries limitadas impõem-se como resposta à comoditização da moda e têm uma grande aceitação para quem quer fugir do processo de massificação. As principais insígnias continuarão, porém, a evidenciar a força da sua proposta de valor, “vestindo” de forma eficiente a pele das marcas e tornando-se, em muitos casos, para o grande público, indistinguíveis delas.

 

Marcas de moda devem alguns critérios que podem indicar um caminho em direção ao futuro/ Reprodução

 

7. A antimoda
O ato de vestir e, como consequência, a escolha do vestuário, é um poderoso elemento de comunicação e de socialização antes de existir formalmente como moda. Era a teoria do trickle-down effect, ou seja, a propagação por imitação desde o topo até baixo. As novidades poderiam até nascer num estrato mais baixo, sempre que alguém do topo as tivesse homologado.

Os movimentos, desde os hippies até aos punks, foram a expressão da negação do sistema. No seu momento foram a antimoda como é o da minissaia feminina, que significou a ruptura dum sistema de valores e reputação familiar.

A moda aprendeu a fazer da antimoda a sua fonte de inspiração, ou melhor, de renovação de energia. Hoje, aquelas tesouradas radicais nas saias só têm significado social em países subjugados a regimes teocráticos ou de controle repressor. No Ocidente significam apenas uma variável considerada pelos estilistas nas suas coleções. O punk pode ser encontrado no destroyed dos jeans. E o hippie no délavé das malhas e camisas, assim como na recorrente inspiração indiana.

A antimoda do início do século XXI será a atemporalidade, o racionalismo extremo e até, entre determinadas camadas da população, a indiferença. A diminuição na velocidade de lançamento de coleções; a valorização dos produtos icônicos das marcas; a produção de um vestuário mais “inteligente”; o aumento do consumo de vestuário em segunda mão; a revalorização das componentes nacionais, são todos cenários que podem emergir, representando uma virada total em relação a última década, sinais duma sociedade que se manterá dividida entre a mudança civilizacional e a conservação do statu quo.

Por Ana Luiza Olivete
Designer de Moda, Professora e Consultora Empresarial

Fonte
AGIS, Daniel; BESSA, Daniel; GOUVEIA, João; VAZ, Paulo. Vestindo o Futuro: Microtendências para as Indústrias Têxtil, Vestuário e Moda até 2020. Porto, 2010.

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