Afinal, que fascínio é esse que uma calça jeans exerce nas pessoas? De acordo com CATOIRA (2009:15), de um lado o jeans seduz pelas fantasias estéticas que propõe. De outro, é o próprio elemento comunicação, divulgado e manipulando escolhas individuais.

É o caráter simplista, prático e fundamental que o jeans tem que o torna atemporal. Ele pode ser absolutamente tudo pois, em sua simplicidade e em sua integridade, ele menos se insere nos códigos sociais, porque consegue atender a todo tipo de função afirma VINCENT-RICARD (1987:164).
 

Imagem: Reprodução

Para BAUDRILLARD (2007:155) o modelo tem direito à duração, à solidez e à lealdade […] da produção em série, cujo valor está intrinco à capacidade de uso. A diferença sensível entre o modelo e o objeto de série é que este se esvai nos altos e baixos dos modismos, enquanto aquele permanece intacto – embora seja possível reproduzido em série sem perder a sua característica primeira, que é o estilo.

Neste caso específico, a calça jeans chegou até os dias atuais intacta em sua essência, mesmo com as inúmeras interferências e leituras realizadas ao longo da sua existência. Ela atravessou décadas adquirindo várias faces para se firmar como um produto ao mesmo tempo de massa e de desejo.

Uma coisa é certa: o jeans sempre foi fiel às suas origens. No primeiro instante, o de proporcionar conforto aos mineiros americanos do século XIX, depois como objeto congregante da juventude do pós-guerra, que buscava sua identidade e, atualmente, como produto de consumo democrático.

Por Robertto Dias