Azul Klein, tudo absolutamente azul3 min read

Azul Klein, tudo absolutamente azul

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Sumário:

O tom que parece sempre fresco é de um azul ultramarino, como o da rocha metamórfica lápis-lázuli. A nuance intensa que hipnotiza o pintor francês Yves Klein (1928-1962) e ganha patente com seu sobrenome em 1958 é a máxima expressão da cor tomada como filosofia de vida. O Azul Klein que um ano antes marca a exposição “Proposte monocrome, epoca blu”, na Galeria Apollinaire, em Milão, deflagra o período azul do artista. Se instala em sua vida, invariável e absoluto.

Pintor Yves Klein e sua técnica/ Reprodução

O tom inspira força e luminosidade, a partir da monocromia que nunca pode ser confundida com apatia ou monotonia. Será esse o vínculo que o mantém conectado à moda, mesmo quando não está no topo da paleta que configura as tendências? Na descrição do próprio Klein é "a mais perfeita expressão do azul". O pigmento resultante de um ano de experiências une a expressão artística ao seu sentido de vida pessoal, constituindo um mundo sem dimensões com bases fixas na amplidão.

Yves, de espírito irrequieto, transita entre a pintura, fotografia, escultura e música e encontra na obsessão pelo azul a inspiração que o coloca na história da arte do século 20. Na Galeria Apollinaire as onze pinturas expostas transmitem o rigor da similitude do tom e anunciam a polêmica travada no pós-modernismo com reações adversas entre o desprezo e a exaltação do artista do novo tempo. Em tamanhos iguais (76 x 56 centímetros) os painéis que cobrem as arestas exteriores da armação estão suspensos por um suporte que guarda a distância de 20 centímetros da parede. Os monocromos azuis saturam o espaço, questionam os padrões de cor, intensidade, proporção e integração à arquitetura.

 

 

 

O azul klein aparece no desfile de Valentino e Chanel/ Reprodução

A liberdade da criação é azul para o francês natural de Nice. Com o tom "International Klein Blue" (IKB, =PB29, =CI77007) ele assina cerca de 200 quadros monocromáticos. Na Paris de 1958, a exposição Propositions Monochromes, a Galeria Collete Allendy, abriga suas primeiras antropometrias: impressões geradas nas telas a partir do contato de corpos femininos cobertos de Azul Klein. A arte desafia os limites, como a imensidão do céu. Azul.

        
Por Raquel Medeiros
Jornalista, coolhunter e editora do site Nas Entrelinhas

 

 

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