Anos 90: rompendo barreiras no vestir3 min read

A década de 90 foi uma época de antagonismos visuais: oriente e ocidente, masculino e feminino, sintético e natural, exótico e belo, caro e barato, produtos sofisticados e produtos de camelô. A desconstrução das roupas foi fundamental, trazendo o conceito

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Sumário:

Foi uma época rompedora de barreiras no vestir que marcou, também, o aparecimento de uma grande liberdade de expressão. As releituras históricas da moda de outrora foram influências fortes para a década. O prêt-à-porter se afirma cada vez mais e a alta-costura não exerce mais o papel fundamental único na moda como aconteceu durante as décadas anteriores.

O look americano cada vez mais se evidencia no mundo com a grande industrialização. As chamadas “tribos da moda” de certa forma continuaram, mas agora com novos nomes e estilos de tendências, transformando a moda num setor massificado.
 

Ilustração Gianni Versage – anos 90

Os grunges, dando sequência às tribos dos anos 80, marcaram sua presença com roupas sobrepostas e as oversizeds – roupas largas num estilo descontraído na linguagem do vestir.
Também apareceram os clubbers, as drag queens, os cybers, os ravers e a nova ordem era moda jovem ousada e irreverente. Desta vez estes grupos se misturaram, uns influenciando os outros e fazendo uma mistura entre identidade visual e ideológica. Foi a busca desses valores mas, ao mesmo tempo, foi a falta deles. A falta de identidade passou a ser a própria identidade e a liberdade do vestir se tornou um fato notório.

A globalização da moda, com a sua metáfora de identidade, fez surgir o streetwear – roupas que se apropriam do visual das ruas, e o spotwear – roupas contextualizadas nos esportes, que se colocaram com afinco no mercado. A moda se industrializou de tal maneira que novos setores e novos profissionais como, por exemplo, os fotógrafos de moda e os stylists, assessores dos estilistas, foram surgindo e os desfiles de passarela se tornaram grandes espetáculos – porque não dizer, até teatrais.

A moda italiana ganhou novo visual com os modelos de renomados estilistas que trouxeram os tons dourados, as estampas arrojadas e muita sensualidade nos cortes dos tecidos (Gianni Versace). A alta costura ganhou uma nova posição de prestígio e estilistas talentosos como Alexander McQueen e John Galliano foram convidados para trabalhar nas maisons de Givenchy e de Dior, respectivamente.

 

 

 

 

Antagonismos visuais / Materiais divertos / Estéticas controversas – Vivienne Westwook, Azzedine Alaïa, Jean Paul Gaultier, respectivamente. Imagens do livro Moda – Desde o Século XVIII ao Século XX

Foi uma época de antagonismos visuais: oriente e ocidente, masculino e feminino, sintético e natural, exótico e belo, caro e barato, produtos sofisticados e produtos de camelô. A desconstrução das roupas foi fundamental, trazendo um novo conceito que é o da reciclagem. Por outro lado, o setor têxtil traz grandes tecnologias com tecidos de alto desempenho.

O chavão para decifrar o final dos anos 90 foi: “a imagem é mais importante que o produto”, para tanto, apareceram as supermodels, anoréxicas ou torneadas e belas, que ficaram mais famosas que as estrelas de cinema, dando uma enorme contribuição visual para a moda.

Diante de um fato histórico da moda nos anos 90, comportamentos, estilos e uma explícita liberdade do vestir, podemos afirmar que essa herança é notada na contemporaneidade, salvo o estilo oversized, que deu espaço ao estilo skinny do século XXI.

Por Roberto Rubbo
Professor do SENAC Lapa Faustolo

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