A moda se reconstrói e se inspira ao longo dos séculos3 min read

A moda se reconstrói e se inspira ao longo dos séculos

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Sumário:

Temos presenciado na moda, já há algum tempo, muita inspiração no universo mágico e no sagrado – com um toque de nostalgia – vindos, não do século XIX ou XX, mas parece que de tempos mais distantes.

A cada dia, surgem filmes e desenhos de criaturas mágicas como vampiros, lobisomens e super-heróis resgatando a vontade de viver, justificando os fenômenos de séries e filmes como True Blood, Vampire Diaries, Beauty and the beast, Grimm, Once Upon a Time, Sombras de Noite (Tim Burton), Crepúsculo, Harry Potter, The Avengers, remakes dos contos de fadas, só para citar alguns.

O livro “Drácula”, escrito por Bram Stoker no final do século XIX, vem se configurar como um dos clássicos da literatura de terror e um marco na lenda do Conde que vira vampiro. A publicação surge no auge da modernidade e traz em seus diálogos fortes referências à falta de crença na existência da magia ou de qualquer fenômeno sobrenatural, típicos da era da racionalidade.

Desde o século XVIII, as artes, as ciências e a literatura começam a tender para o pensamento que seria típico da modernidade: a racionalidade, a crença na ciência do homem e o desencantamento do mundo. Surge o mundo moderno, onde a razão passa a exceder a fé e a magia. Neste contexto, a moda surge como um fenômeno social e econômico.

Já no século XX, a moda muda a cada década, mas não tira dela seu caráter padronizador de costumes e comportamentos. Características típicas do pensamento modernista, que é racional, limpo, objetivo e rejeita os excessos e o passado. Com o desejo de olhar para o futuro, a moda futurista – tão em evidência na década de 60 – surge sobretudo com o ápice de André Courrèges e Paco Rabane, alguns dos símbolos da moda jovem da época.
 

O olhar futurista da década de 60 influenciou a moda da época / Reprodução

Já em finais do século XX e inicio do XXI, sociólogos apontam para a pós-modernidade ou sociedade pós-moderna. Esses são novos tempos que tendem negar muitos dos aspectos excessivamente racionais da modernidade, sobretudo nos aspectos artísticos e sociais.

O homem inicia sua busca por respostas, não encontra na ciência moderna, e se angustia em busca de significados. Encontra alento por meio do consumo e em novos comportamentos, que muitas vezes é promovido pelas modas.

Portanto, ao ver caveiras, taxas, detalhes que lembram looks antigos como amarrações, corselets, adornos exagerados, estampas de animais exóticos, sendo usados na moda, é importante saber que por trás de uma tendência está o estudo e decodificação de todo um comportamento social de uma época.

Quanto a este aspecto, o curso superior em moda pode ajudar ao criador a ampliar o ver e olhar o macro, antes de usar imagens sem conhecer a origem e os significados.

Por Gabriela Maroja
Professora e Coordenadora em moda do Unipê/JP

 

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